Há dias que não pertencem apenas ao calendário, mas à eternidade.
O 10 de outubro é um desses dias — quando o vento que sopra do
mar parece sussurrar nomes, histórias e lembranças. É o dia em que o coração da
Marinha do Brasil se volta aos seus Veteranos
Fuzileiros Navais, aqueles que, com passos firmes e olhos voltados ao
horizonte, escreveram as páginas mais nobres da nossa tradição.
Foram eles que aprenderam cedo que o mar não ensina pela suavidade das ondas, mas pela constância das marés. Que a disciplina é uma forma de fé, e o companheirismo, a bússola que mantém o rumo mesmo nas tempestades da vida.
Cada veterano é um livro aberto — suas mãos trazem as marcas do trabalho, suas vozes carregam o som de ordens dadas e canções entoadas nos conveses, seus olhares guardam o reflexo das águas que um dia cruzaram em nome da Pátria.
Foram mãos calejadas que levantaram quartéis, içaram bandeiras, salvaram vidas.Foram corações leais que pulsaram no mesmo compasso das ondas, acreditando sempre no dever e na honra.
E quando o tempo, esse velho comandante, lhes concedeu a ancoragem merecida, deixaram um legado de retidão, coragem e exemplo — herança viva que habita em cada novo Fuzileiro que hoje veste o uniforme bege, camuflado ou azul.
O veterano é aquele que não abandona o posto da lembrança.
Mesmo longe do quartel, ainda ouve o toque da alvorada, sente o peso simbólico
da boina e o chamado do mar.
Ele sabe que ser Fuzileiro é mais do que servir — é pertencer.
É carregar para sempre o espírito do “Adsumus!” — Estamos
presentes! — mesmo quando o corpo descansa, o espírito continua vigilante.
Hoje, reverenciamos não apenas homens e mulheres, mas símbolos de
uma era, testemunhas do dever cumprido, navegadores da memória nacional.
Cada um deles é parte do nosso farol coletivo, mantendo acesa a chama que guia
os que ainda singram os mares da Pátria.
Que este dia seja um porto de reencontro, onde o passado e o presente se
cumprimentam em continência silenciosa.
Que o mar, testemunha de tantas jornadas, continue a embalar com gratidão os
nomes daqueles que o serviram com bravura.
A vocês, veteranos, nossa eterna homenagem.
Que a brisa que sopra das águas do Brasil leve consigo o respeito, a saudade e
o orgulho de toda uma nação.
Adsumus! Sempre presentes. Sempre Fuzileiros. Sempre Brasil.
Texto: José Moacir de Souza Aymone





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